Carta para quem se perdeu.
- layssilvapsicologa
- 6 de fev.
- 2 min de leitura
A vida é dura. Às vezes, tão dura que insisto em continuar caminhando nessa dureza. Às vezes, nem sequer deixo um respingo de sentimento penetrar meu coração… A vida foi dura comigo, e eu precisei ser mais dura que ela. Hoje me questiono: Eu precisei por quem?
Nesse balé que é viver, às vezes parece que prendo a respiração e não consigo achar o caminho de volta para respirar. Sufoca. Outras vezes, até consigo seguir os passos da dança, mas sempre me pergunto: Quem foi que me ensinou os passos dessa grande dança que é viver? E eu quero continuar seguindo eles? Não sei…
Mas eu sei que posso dançar. Sei que posso errar esses passos e ainda me apaixonar pelo erro. Olha só, que ultraje, eu posso! É instigante e, ao mesmo tempo, assustador. Como ouso viver do meu jeito? Aliás, qual é o meu jeito? Ultimamente, tenho estado tão ferida que não consigo mais olhar para mim sem ser pelo olhar do outro… E isso dói. Tem um preço.
Mas eu não preciso pagar esse preço pelo resto da vida. Não preciso me convencer a viver como se houvesse somente um caminho, somente um jeito. É no percurso que vejo a vida acontecendo, mas me preocupo tanto com o destino final que esqueço justamente de viver.
Eu posso ser uma grande mistura de todas as pessoas que passaram no meu caminho. Aliás, somos feitos de relações; somos seres que precisam de outros para sobreviver, mesmo que existam pessoas que tentam se convencer do contrário… Só não posso me esquecer de que essa grande mistura não é uma definição. Não é irreversível. Ela só é uma mistura que, às vezes, preciso separar para não me machucar.
E você deusa, como se enxerga?




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